Professor, "homoOptimus" da modernidade e "homoOperandis" da educação.
- esocialbrasil
- Oct 10, 2021
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Deveres de casa, tarefas escolares, passeios culturais, exercícios individuais, em grupos, visitas técnicas, trabalhos acadêmicos, pesquisas, estudos, avaliações, mapa de notas, ambientes virtuais de aprendizagem, plataformas de lançamento de notas, conteúdos registros acadêmicos, treinamentos, reuniões pedagógicas, administrativas, planejamentos de aulas, planos de ensino, projeto pedagógico e político de educação e tantas outras operações de automação cognitiva, que o professor de "homoOptimus" da modernidade, tornou-se o "homoOperandis" da educação.
Os desafios estratégicos, objetivos e metas institucionais, seja para diminuir a evasão escolar, captar alunos, criar novos cursos, verificar se aluno está ou não lista de frequência, se os recursos didáticos e pedagógicos estão em condições de uso, se a tecnologia é funcional ou não, intuitiva, interativa, compartilhada, universal, restrita, seja para disponibilizar seu precioso tempo para ministrar palestras, conferências, aulas magnas e tudo o mais que está sob a responsabilidade do gestor educacional e que, por um outro motivo que não interessa para esta reflexão, entendeu que professor deve agregar tais atividades, ao seu processo principal de educar e formar pessoas de bem para a sociedade.
O gestor educacional do século XXI, alguns recém saídos do banco das universidades, tornou-se o burocrata do início do século XX, "transfundindo" modelos administrativos, obsoletos na gestão empresarial e nos processos produtivos, seja de bens ou serviços e, outros, que chegaram do mundo dos negócios, adotam práticas gerenciais e cooptam abordagens clássicas e metodologias de ensino, como se fossem novidades pedagógicas inéditas, com isso, desrespeitam princípios filosóficos refinados e revolucionários, em suas épocas e transformam a educação em "mais um" negócio. Outrossim, o que acham que vêem no professor? Decididamente, o professor não é um operário no sentido clássico do entendimento de quem opera algo, um "homoOperandis", muito menos é um trabalhador nos moldes da relação produtiva, vinculada a matriz do modo de produção ou ainda, um profissional que exerce um papel diante da tarefa, tendo à sua frente ou à distância, um chefe que supervisiona a execução da tarefa.
O sentido político e libertador da educação, como bem ressaltou Paulo Freire em todas as suas intervenções, como verdadeiro patrono da educação brasileira, resumiu-se a estratégia técnico-administrativo do capitalismo financeiro, com forte risco continuista de seu projeto, no capitalismo informacional, chegando aos limites da "opressão criativa" do professor, que desenvolve seu trabalho não como emprego, operacionalização, tarefa, atividade executiva, mas, como fonte de inspiração, significante de sonhos, motivador anímico da alma livre, em busca do empoderamento protagonista da sua história.
O professor é o mestre de ofício que orienta o aprendiz como pensar o mundo em sua volta, potencializando recursos internos de inteligência emocional e desenvolvendo tecnologia cognitiva para orientar o pensamento sistêmico e como "homoOptimus", ensina e aprende como compreender a complexidade, incertezas, volatilidades, agilidade temporal, digitalização material, fluidez holoperceptiva, holográfica, quântica.
A sofisticação do processo, por si só, bastaria para baixar o olhar em sinal de respeito e reverência, louvando o sujeito social, o ser ontológico, o nobre que estabelece vínculos sociais refinados de confiança e cumplicidade orgânica nos sonhos pessoais e profissionais de crianças, adolescentes, jovens, adultos, até a maturidade dos idosos, interferindo substancialmente no projeto de vida daqueles que buscam inspiração.
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