A sustentabilidade solidária
- esocialbrasil
- 9 de jul. de 2022
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Atualizado: 13 de jul. de 2022
A sustentabilidade solidária é o compartilhamento do modo de pensar e das atitudes altruístas, diante da tomada de decisão, pela coexistência da escassez entre desenvolvimento humano, preservação e defesa contínua do estilo responsável de vida.
Neste contexto de entendimento, torna-se importante ressaltar que a solidariedade é a qualidade altruísta da pessoa disposta a ajudar, acompanhar ou defender outra pessoa, diante das adversidades da vida enquanto comunidade, mas, também, no âmbito das agressões e impactos da natureza humana e ambiental. Pensar em sustentabilidade solidária é aderir ao projeto de coletividade e decretar a participação colaborativa, como recurso necessário, para o desenvolvimento da espécie humana.

Aprendemos a pouco tempo, que a vida no planeta é cíclica e depende não somente da gestão sustentável dos recursos naturais, mas, essencialmente da capacidade humana, para criar as condições objetivas de convivência ecológica com seu semelhante e, o respeito aos demais seres vivos, que habitam o planeta.
A primeira e segunda Revolução Industrial, potencializaram a capacidade inventiva de bens e processos, impulsionados pela energia hidráulica e vapor, que foram substituídos rapidamente, pela produção em massa e divisão do trabalho, com o uso da eletricidade. Até a metade do século XX, as necessidades humanas foram fortemente satisfeitas pela demanda progressiva de novas tecnologias, possibilitando a automação dos processos produtivos, levando ao uso intenso da eletrônica e a aplicação das tecnologias de informação.
A partir da criação do primeiro computador, na década de 40, a humanidade diminuiu substancialmente o tempo do ciclo de inovação, maximizou a produtividade, intensificou o consumo em escala e potencializou a exploração de recursos naturais, colocando em risco, a capacidade do planeta para se recompor naturalmente.
A urbanização acelerada pela migração da zona rural para a cidade e, a expansão sem precedentes do capitalismo institucional, marcaram a terceira Revolução Industrial. Até 2050, conforme aponta a ONU, cerca de 70% da humanidade viverá concentrada nas cidades, transferindo a Questão social, antes limitada a relação capital versus trabalho nas fábricas, para a zona urbana. O cenário global da Questão urbana é agravado, quando a elevada concentração de renda do sistema capitalista, como alerta a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), colocou na situação de pobreza, em 2022, cerca de 1/3 da população latino-americana.

Na indústria 4.0, a fusão do mundo físico e o virtual é cada vez mais evidente, com o uso da inteligência artificial e o universo imparável de tecnologias inovadoras. Nesta mesma ideia de abordagem, entende-se que o sujeito principal e impulsionador de mudanças proativas, em termos de sustentabilidade no futuro do planeta é: o ser humano.
A diversidade e a globalização cultural, social, econômica e tecnológica, passaram a ser aspectos ligados ao projeto de desenvolvimento da sociedade, condição necessária para se viver na cidade moderna e criar os recursos, que possibilitarão a qualidade do ambiente, em suas diferentes expressões de sustentabilidade. Atualmente são cinco gerações convivendo na mesma temporalidade, precisando se comunicar, se fazer entender e entender a mensagem que está sendo transmitida, em tempo real ou editada, montada e tratada, evitando o risco de produzir disfunções perceptivas, sobre o mundo e as evidências dos fatos.
A infoinclusão social como base para os processos de aprendizagem, torna-se a condição objetiva, para criar a travessia de mediação entre as gerações. Para tanto, os dados coletados como evidências dos fatos, transformam-se em indicadores éticos de transparência para o tratamento das informações geradas, que produzirão o conhecimento sobre a realidade que se vive.
No contexto da educação ambiental, as evidências são divulgadas desde a primeira conferência das Nações Unidas, em 1972, realizada em Estocolmo, quando a questão do meio ambiente humano foi debatida, em termos de sustentabilidade. A ideia central da Conferência, foi alertar a humanidade sobre os impactos climáticos, debater as mudanças climáticas e a qualidade da água, a partir de soluções viáveis, para reduzir os desastres naturais, modificação da paisagem, regrar e limitar o uso de pesticidas na agricultura, que no Brasil, se denominou como agrotóxicos, além de preparar os fundamentos, sobre como promover o desenvolvimento sustentável.
A Comissão Brundtland, criada pela ONU, em 1987, foi responsável por elaborar um estudo para diagnosticar os riscos futuros ao ambienta humano, publicado no relatório “Nosso Futuro Comum”, que entre outras definições, apresenta o conceito de desenvolvimento sustentável como: “o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais, sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades”.
O futuro sustentável, uma vez que não inventamos a "máquina do tempo", somente será possível diante de parâmetros de previsibilidade, a partir do tratamento responsivo, multicritério e ético-político da informação comunicada às gerações, o que ocorrerá pela educação ambiental. Recursos didáticos, tecnologias de informação e comunicação, competências no desenvolvimento do conhecimento e intervisão no processo de aprendizagem, formam as bases solidárias da sustentabilidade ecológica, promovida pela infoinclusão social.
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